O Facebook usou quase 700 mil usuários como objetos de uma pesquisa psicológica sem que eles soubessem. Na prática, foram usados como ratos de laboratório!
Facebook: rede usou seus internautas como objeto de pesquisas psicológicas
Se você já achava que o Facebook sabia demais sobre você, saiba que um estudo recente levantou debate sobre as diretrizes éticas do Facebook. De maneira deliberada e sem que os usuários soubessem, a rede passou a exibir apenas conteúdo negativo ou apenas positivo nas páginas de 689 mil usuários, em janeiro de 2012. Em resumo, o Facebook usou seus usuários como ratos de laboratório sem que eles soubessem disso.
O estudo se chama “Evidência experimental sobre contágio de emoções em grande escala através de redes sociais”. Ele tem como tese a ideia de que emoções podem ser transmitidas por redes sociais. O que se provou real com a pesquisa.
Vale lembrar que, ao entrar no Facebook, os internautas precisam aceitar os termos de serviço. Lá, uma das autorizações é que informações sejam usadas para “análise de dados, testes e pesquisas”.
Mas James Grimmelmann, professor de direito na Universidade de Maryland, acredita que os termos não bastam. “O padrão de consenso nos termos de serviço é insuficiente. Ele é muito diferente de consentimento informado, que é o padrão ético e legal para pesquisas com indivíduos humanos”, afirma Grimmelmann em seu blog.
Susan Fiske, professora de psicologia que editou o artigo para publicação, afirmou ter consultado os autores do artigo sobre o estudo no Facebook, por achar a metodologia estranha. “Eu ainda estou pensando sobre isso e estou um pouco assustada também”, disse Fiske à The Atlantic. “Quem sabe quais outras pesquisas eles estão fazendo”, disse.
Em um post no Facebook, Adam Kramer, o funcionário da rede social que foi coautor do artigo, publicou um texto justificando seu trabalho. “A razão pela qual fizermos isso foi por nos importarmos com o impacto emocional que o Facebook causa nas pessoas que usam nosso produto”, escreveu.
A última polêmica sobre o assunto foi sobre o financiamento da pesquisa. O site da Universidade Cornell (uma das envolvidas) publicou um texto afirmando que o departamento de pesquisa do exército americano financiava o estudo.
Depois de alguns questionamentos, a universidade disse que a informação era um erro e que a pesquisa não recebeu financiamento externo às universidades.
Fonte: Victor Caputo - Exame (30/06/14).
Nenhum comentário :
Postar um comentário