Em palestra na Campus Party, ex-editor da Wired e cofundador da empresa de drones 3DRobotics falou sobre drones, inovação, impressoras 3D e a teoria da cauda longa.
[Speaking at the Campus Party, former editor of Wired and co-founder 3DRobotics talked about drones, innovation, 3D printers and the long tail theory].
Imagem: ESTADÃO.
Para qualquer lado que se olhe na Campus Party, há um pouco do que Chris Anderson veio compartilhar com a plateia do evento, seja nas oficinas de como construir seu próprio drone, melhorar seu canal no YouTube ou para aprender como convencer investidores a apoiar sua startup.
O empresário, ex-editor da revista Wired e autor dos livros Makers e Cauda Longa veio ao evento em São Paulo falar da sua experiência e trajetória, de jornalista e escritor a empreendedor, mas sobretudo sobre como inovar, atualmente, pode ser para todos. Hoje, ele se dedica à 3D Robotics, uma das maiores e mais importantes produtoras de drones.
“Hoje, o hardware começa a ficar acessível como foi há 30 anos, quando Steve Jobs e Wozniak criaram o Apple II. Eles eram makers”, disse. Para ele, os jovens de hoje tem a facilidade de contar com o acesso a tecnologias como GPS e Wi-Fi de forma barata. Tudo facilitado pela explosão dos celulares.
Após mostrar a história da sua empresa 3D Robotics, uma das maiores na produção de drones, Anderson deu um banho de otimismo nos jovens campuseiros. “Isso é possível para qualquer um. Vocês jovens desconhecem limites. Com acesso à internet, a inovação é global. Como vi na China, não há razão para o próximo Vale do Silício não ser aqui.” A plateia ficou lotada de estudantes, que não arredaram o pé do local até o fim da apresentação.
Antes de subir ao palco da Campus Party, Chris Anderson falou com exclusividade ao Link do Estadão.
O que esperar das legislações sobre drones que estão em debate nos EUA e Brasil?
Elas tendem a ser mais liberais. Atualmente, nos EUA, algumas pessoas podem pedir permissão e usar drones para uso comercial, embora seja raro. Nos próximos anos, a nova lei sobre o assunto deverá incluir categorias de uso. Isso deve facilitar. Quanto ao impedimento de uso comercial, vale lembrar que a internet também era restrita e quando foi liberada foi um boom. Depois disso, olha onde chegamos. Uma última coisa é o fato de que, conforme os drones vão ficando menores e mais leves, menos ameaçador ele é e o risco de machucar alguém será ínfimo. Creio que haverá uma categoria que permita regular drones como o celular.
Grandes empresas como Amazon e Alibaba já testam entregas por drone. Prevê cidades cheias de drones no futuro?
Acho que drones são apenas outro exemplo da internet das coisas. Eles usam as mesmas tecnologias que um celular. O que vemos é a internet chegando à vida real, nos corpos, nos carros, nas casas. Veremos drones voando pelas cidades? Talvez um dia. Mas acho que a realidade mais próxima será sobre propriedades rurais e grandes indústrias. Nos próximos dois ou três anos, as fazendas estarão forradas de drones. Acredite.
Sua teoria da cauda longa já foi contrariada pela professora de Harvard, Anita Elberse, no livro ‘Blockbusters’. Sua obra ‘A cauda longa’ é de 2006, o sr. acredita que ela envelheceu?
Você navega pelo YouTube? Se sim, você certamente sabe que a cauda longa não está morta. Dá pra ver que a internet permite que qualquer pessoa se lance hoje. É claro que há uma concentração, mas ao mesmo tempo há uma explosão de opções porque na internet há espaço para qualquer coisa. É verdade que o número um do YouTube predomina, mas durante pouco tempo. A visão da professora é limitada a alguns mercados. Atualmente, a internet provou que temos mais opções e que parte de nós vivemos no blockbuster e outra parte vive na cauda longa.
Sobre o movimento maker e a prática do faça-você-mesmo, você chamou tudo isso de terceira revolução industrial. Ela está acontecendo agora?
O que vemos é a renascença do hardware, já que as barreiras estão caindo. Há outras coisas como crowdfunding, lojas virtuais de peças como o Etsy… À medida que o hardware vai se comportando como o software de antigamente, mais pessoas se envolvem nisso. Muitos apenas por prazer.Lugares como Shengzen, na China, tornaram a possibiliade de se fazer hardware tão acessível, que todos criam. Isso acontecia com software. É o modelo de inovação do software trazido para o hardware e agora isso se encaminha para a internet das coisas, como os drones.
Fonte: Estadão.
Nenhum comentário :
Postar um comentário