CASE
Inovação aumenta vendas em 30% e reduz
estoque em 50% na Riachuelo
estoque em 50% na Riachuelo
A troca
de um modelo de produção e distribuição em que a fábrica “empurra” as
mercadorias para as lojas para atender uma demanda prevista, por outro
em que as lojas “puxam” os produtos da fábrica baseadas em uma demanda
real. Este é um case de inovação em Gestão da Riachuelo, maior rede de
moda do Brasil, com 212 lojas e duas grandes fábricas, que será
apresentado durante a 14ª Conferência Anpei, que será realizada nos dias
28 e 29 de abril, no ExpoCenter Norte, em São Paulo. A inovação foi
baseada na Teoria das Restrições, conhecida como TOC (Theory Of
Constraints), criada por Eliyahu Goldratt em seu primeiro livro, o
best-seller, “A Meta”, e será apresentada na sessão temática voltada
para
cases de inovação em gestão.
Segundo
Aureo Villagra, que trabalhou na Riachuelo e hoje está na Goldratt
Consulting, com sede em Israel, e que apresentará o case na Conferência
da Anpei, as soluções da TOC são fundamentadas em lógica e bom senso.
“Em relação às alternativas de gestão existentes, a TOC equilibra
adequadamente crescimento, estabilidade e harmonia por meio de um
processo simples, resolvendo deficiências que as metodologias de
produção e distribuição ‘empurradas’ apresentam em ambientes muito
diversificados como a da moda”, explica Villagra. “O software específico
usado na TOC tem capacidade de estabelecer e alterar automaticamente as
prioridades de produção e logística, garantindo disponibilidade nas
lojas e reduzindo significativamente
as rupturas.”
A
idéia central do modelo de produção e distribuição baseado na TOC é
acelerar o fluxo de produtos pela cadeia de suprimentos – da fábrica
para os pontos de venda. O ponto chave é o ressuprimento automático,
determinado pelas vendas realizadas pelo varejo. “Com isso, obtém-se
maior disponibilidade de produtos nas lojas, aumento de vendas, redução
de estoques, crescimento da produtividade industrial, diminuição do
tamanho da fábricas, processos estáveis e simples e uma sensível
melhoria na harmonia e sincronia entre os vários setores envolvidos”,
explica Villagra. Outro ponto essencial – e polêmico do modelo – é dar
mais importância aos ganhos do que aos custos. A TOC também foca a
lucratividade do grupo como um
todo, maximizando as vendas no varejo.
Os
resultados podem ser vistos em números. “Com a implantação da inovação
houve um aumento nas vendas de 30% nas linhas onde o projeto já foi
implantado e uma redução de estoques nas lojas de 50%”, explica
Villagra. “Nas fábricas, o crescimento da produção foi de 30% e houve
uma redução do tamanho de 50%. Quer dizer, mesmo com uma fábrica menor a
produção foi maior.” Outro resultado digno de nota foi a diminuição em
70% do lead-time, tempo que decorre entre o pedido de uma loja de um
produto – uma camisa, por exemplo -, para a fábrica e a entrega por esta
última. Ou seja, as fábricas do grupo ficaram mais rápidas no
fornecimento dos produtos para a rede de lojas.
Para
Villagra, a inovação implantada na Riachuelo poderá contribuir para o
aprendizado e difusão do modelo em outras empresas. “A inovação no
modelo de negócio pode ser tão importante como em produtos e o varejo
representa um enorme potencial de crescimento para a economia nacional”,
diz. “No nosso caso, foi necessário superar resistências internas
decorrentes do paradigma anterior, de que a disponibilidade era
assegurada por estoques elevados, oposta ao modelo que foi implantado.
Os avanços possíveis e que podem conduzir a resultados ainda melhores
estão associados ao desenvolvimento de novos produtos e maior integração
da cadeia de suprimentos.”
Fonte: 14a. CONFERÊNCIA ANPEI (2014).
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