Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/04/2014
Fortes e flexíveis, os vidros metálicos podem ser processados com as
mesmas técnicas empregadas para fabricar produtos de
plástico.[Imagem: Kumar/Schroers/Yale University]
Vidros mais fortes do que o aço já estão por aí há algum
tempo.
São os chamados vidros metálicos, um tipo versátil de vidro que é flexível e que, conforme sua fama
diz, é mesmo mais forte do que o aço.
Talvez até mais importante, os vidros metálicos são flexíveis, o que permite
usá-los para fabricar produtos usando as mesmas técnicas empregadas para
fabricar produtos de plástico.
Eles são ligas compostas tipicamente de três ou mais elementos, tais como
magnésio, cobre e ítrio (Mg-Cu-Y).
O grande problema é descobrir a receita certa para fabricar um vidro metálico
- estima-se haver 20 milhões de possibilidades para compor essas ligas.
Usando os métodos convencionais de simulação e processamento levaria cerca de
4.000 anos para processar todas as combinações possíveis.
Agora, Shiyan Ding e seus colegas da Universidade de Yale, nos Estados
Unidos, descobriram uma nova técnica que permitirá reduzir esse tempo de análise
para meros quatro anos.
Moldagem por sopro
O novo método permite analisar cerca de 3.000 ligas por dia e,
simultaneamente, determinar certas propriedades, tais como a temperatura de
fusão e a maleabilidade do material resultante.
"Em vez de pescar com um único anzol, estamos jogando uma grande rede," disse
o professor Jan Schroers, coordenador do grupo. "Isso deve acelerar
dramaticamente a descoberta de vidros metálicos e novos usos para eles."
A nova técnica mescla dois processos, a moldagem por sopro paralela e a
pulverização combinatorial.
A formação por sopro gera pequenas bolhas das ligas, permitindo aferir sua
flexibilidade.
A pulverização é utilizada para simular milhares de ligas ao mesmo tempo - os
elementos da liga são misturados em várias proporções controladas, obtendo-se
milhares de amostras com dimensões na casa dos milímetros e espessuras na casa
dos micrômetros.
Implantes e próteses
Desde 2010, Schroers e sua equipe analisaram cerca de 50.000 possíveis ligas,
e identificaram três vidros metálicos específicos, com aplicações práticas. A
expectativa é que a nova técnica permita aumentar muito essas descobertas.
Apesar das dificuldades em sua identificação, os vidros metálicos já são
utilizados em componentes de relógios, tacos de golfe e outros artigos
esportivos.
Uma das áreas mais promissoras do material, ainda dependente da descoberta de
ligas específicas, é no campo da tecnologia biomédica, tais como implantes e
próteses.
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