Nem sempre aumentar a complexidade logística é a solução para vender mais – descubra por que.
Outro dia fui requisitado por um empreendedor, que trouxe a seguinte
questão: Qual estrutura interna (pessoas e sistemas) eu preciso ter para
administrar o crescimento da minha malha logística?
O crescimento de vendas projetado para o futuro o levava a antever a
necessidade de um aumento no número de fábricas e centros de
distribuição (CDs) para bem servir, economicamente, os seus pontos de
venda (PDVs). A consequência desta premissa seria a criação de uma
operação muito mais complexa do que a atual.
Achei
que valia a pena questionar o pressuposto que o levava a crer que seria
necessário aumentar muito a complexidade do negócio para dar
sustentação ao crescimento de vendas projetado. Foi o que fizemos.
Para maximizar os resultados, precisamos maximizar a receita e
minimizar os custos totais. Os custos logísticos podem ser classificados
em:
1. Produtos, armazenagem e transporte;
2. Capital;
3. Coordenação do processo, desde a fabricação até a disponibilização no ponto de venda;
4. Variações entre o previsto e o real, gerados pela complexidade e sua gestão.
Importante que, apesar de serem linhas de custos diferentes, no final do dia o desafio é minimizar a soma deles.
Muitas vezes, na tentativa de minimizar os dois primeiros itens de
custo acima, podemos criar operações tão complexas, em que os custos de coordenação do processo (normalmente fixos) e especialmente os custos das variações entre o previsto e o real,
podem colocar o negócio em risco. Quem não ouviu falar de empresas que
ficaram meses sem poder faturar plenamente por conta da implantação mal
sucedida de um sistema, que tinha como objetivo permitir melhor gestão
sobre a complexidade gerada por mais fábricas e CDs? A pergunta que fica
é: onde estava previsto o custo desta perda de resultados na
implantação?
Os americanos usam o acrônimo KISS!, cujas letras significam: Keep It
Simple, Stupid! Mais ou menos o seguinte: mantenha as coisas simples,
estúpido!
Nenhum de nós é estúpido, mas vale o alerta: não façamos a estupidez de
complicar aquilo que pode ser simples. E, quando for absolutamente
necessário complicar, vamos fazer as projeções e as contas direitinho,
levando em conta que a vida poderá ser muito diferente daquilo que
planejamos. E pode custar caro.
A recomendação para o empreendedor? Que reduzisse para apenas um o
número de fábricas e CDs, e que focasse naquilo que produzia os
resultados: o ponto de venda. Na teoria, poderia até ficar mais caro.
Mas, na prática, como sabemos, a teoria é outra...
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