segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Acreditar


Esdras Lovo
04/01/2015 -Para criar um futuro sustentável, faltam pessoas que tenham um novo modo de pensar e perceber a realidade, que sejam capazes de contemplar as necessidades imediatas não só da atual geração, mas também das futuras. Isso aparece no livro A Revolução Decisiva (ed. Campus/Elsevier).
Diante do temor de que um planeta superpovoado veja seus recursos naturais e materiais se esgotarem, um grupo de líderes do pensamento e de empresas está convicto de que um mundo melhor é, sim, totalmente possível.
Reconhecido como o psicólogo vivo mais influente e um dos pais da economia, Daniel Kehneman estudou os aspectos cognitivos que nos tornam pessimistas e nos impedem de aceitar notícias alentadoras.
Como o mundo em que vivemos é extremamente incerto, explica ele, tomar decisões não é tarefa fácil. Não conhecemos os resultados de nossas ações até que sejam concluídas, porque só então temos à disposição a totalidade dos fatos. Portanto, nossas decisões costumam se basear em informações limitadas e, em geral, pouco confiáveis.
Para suportar a inevitável tarefa cotidiana de escolher, recorremos, inconscientemente, a atalhos cognitivos que simplificam o processo decisório. No campo da percepção visual, por exemplo, a claridade se apresenta como um atalho que nos ajuda a calcular as distâncias.
A realidade nem sempre é tão ruim quanto a vemos.
Steven Pinker, psicólogo experimental e linguista, se interessou por provar que as coisas nem sempre são como as vemos ou como nos são mostradas. Em uma conferência, sustentou que a humanidade atravessa a época mais pacífica de sua historia, por mais que as notícias digam o contrário.
Não conseguimos tomar consciência desse declínio da violência, porque as tragédias rendem mais mídia do que os fatos positivos.
Outra visão que propõe derrubar desafios se define como otimista racional por ter chegado ao otimismo por dados oferecidos pela história e pela tecnologia, os quais demonstram que o mundo está melhorando a passos largos.
Se a capacidade de inovar é ilimitada, por que somos tão pessimistas quanto ao futuro? Ao longo da história, via de regra, os seres humanos esperam grandes fracassos. Na década de 1960, o medo se concentrava na explosão demográfica e na fome global; na de 1970, no esgotamento dos recursos; na de 1980, na chuva ácida; na de 1990, nas pandemias; e, na de 2000, no aquecimento global.
São exemplos de obstáculos que, a partir de nossa mente, nos impedem de ter uma visão otimista. O foco, portanto, não deve estarna escassez de recursos nem em seu eventual esgotamento, mas no livre acesso a eles.
Abrir a mente ao otimismo ajuda a aproveitar oportunidades. É tempo de reconciliar os extremos. Devemos nos converter em otimistas céticos. Otimistas, por causa do potencial de novas tecnologias que terão um crescimento exponencial nas próximas décadas. Céticos, em razão da escala e do alcance dos desafios a enfrentar.
O otimismo cético nos dá a perspectiva que necessitamos para resolver os problemas sociais e ambientais do mundo com uma forma nova e sustentável de fazer negócios e desenvolver empreendimentos.
Que neste ano que se inicia, apesar de todos os indicadores pessimistas, devemos acreditar que podemos sim construir o futuro. Futuro melhor!

http://www.diariodafranca.com.br/conteudo/noticia.php?noticia=55069&categoria=1

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