segunda-feira, 11 de maio de 2015

Entenda a importância do tratamento de efluentes industriais com a escassez de água (Understand the importance of industrial wastewater treatment with water scarcity).

Mesmo com as chuvas intensas das últimas semanas, o Sudeste ainda vive a pior crise hídrica das últimas décadas e a possibilidade de um rodízio rigoroso alertou governos, sociedade civil e iniciativa privada de que a escassez de água só pode ser evitada com esforços conjuntos, como economizar no consumo diário, investir em medidas como captação, reaproveitamento de água da chuva e tratamento de efluentes.

[Even with the heavy rains of recent weeks, the Southeast region still lives the worst water crisis in decades, and the possibility of a strict rotation warned governments, civil society and the private sector that water scarcity can only be prevented by joint efforts, how to save on daily consumption, invest in measures such as capture, rain water reuse and wastewater treatment].

A indústria é responsável pelo consumo de 22% da água, enquanto a agricultura utiliza 70% e o uso doméstico fica com 8%. Um levantamento feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que em 2030 o planeta vai precisar de 40% a mais de água. Além disso, outro dado preocupa: o desperdício de água supera os 50% nas cidades. Considerada como um recurso natural renovável, a água para uso industrial e doméstico só consegue recuperar suas qualidades se corretamente tratada.

Entenda a importância do tratamento de efluentes industriais com a escassez de água

Para a indústria, que em muitos casos não necessita de água potável, uma das alternativas mais aplicáveis é a reciclagem do recurso. Isso é possível por meio do tratamento dos efluentes industriais. A água descartada pela indústria não tem os parâmetros necessários para o consumo humano, mas pode ser reutilizada para outros fins. Por exemplo, a indústria aplica em lavagem de reatores e tanques móveis, torres de resfriamento, caldeiras, lavagem de maquinário e de pátios, entre outros.

Escassez se combate com planejamento

O reúso é fundamental não somente em épocas de escassez de água, mas para o planejamento do futuro nas grandes cidades. Com o reúso, a indústria deixa de consumir água tratada pelas companhias de saneamento, normalmente água potável, e provoca uma reação em cadeia:

Com o tratamento de efluentes, a água contaminada deixa de ser encaminhada in natura para os rios. Isso faz com que o efluente tratado seja destinado adequadamente e a poluição nos cursos d’água diminua, o que melhora as condições das águas das cidades.

É gerada uma economia com a reutilização da água. O recurso potável é muito caro para o uso industrial e a água de menor qualidade faz com que as companhias gastem menos.

Tratamento reduz a captação. Se a indústria reutiliza a água, vai captar menos, pois já tem o suficiente para o consumo produtivo. Dessa forma, a indústria colabora para a manutenção das reservas naturais.

Aumenta a parcela do recurso para o consumo humano. Com uma parte menor destinada à indústria, cresce a porcentagem que é reservada para o uso doméstico. 

Tratamento gera círculo vicioso

O tratamento de efluentes pode ser feito mais de uma vez, ou seja, cria-se um círculo vicioso positivo. Essa gestão responsável dos recursos hídricos produz uma boa imagem para a empresa, pois ela estará associada a práticas ecologicamente corretas. Sua marca e seus produtos serão valorizados diante do consumidor. Numa época em que o bom uso da água é monitorado cuidadosamente pela sociedade, ter um projeto que maneja o recurso de forma a preservar as fontes e as demandas é essencial para o papel da indústria.

O Brasil ainda tem muito a crescer nesse segmento, e não só por conta da crise hídrica vivenciada atualmente. De acordo com um estudo feito por uma consultoria ambiental, a parcela de água produzida por meio do reúso não chega a 0,1% no Brasil, enquanto em Cingapura, considerado modelo nesse setor, o índice chega a 30% — os números incluem os consumos doméstico, industrial e agrícola.


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Fonte: TERA AMBIENTAL.

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