A crise do setor elétrico trouxe à tona a discussão sobre a necessidade de diversificação do modelo de geração de energia. E a GE Power & Water, braço para geração de energia da gigante americana GE, quer se aproveitar do debate para elevar sua participação no mercado brasileiro.
Linha de produção de turbinas da GE Power & Water em Greenville (USA).
[Turbine production line of GE Power & Water in Greenville, USA].
Fonte: Folha de São Paulo.
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Ao lançar uma nova linha de turbinas a gás, a companhia enxerga os problemas energéticos no país como oportunidade de negócios.
"A diversificação é essencial se você quer pensar no prazo, reduzir o custo da energia e minimizar o risco de um apagão", diz o responsável pelas vendas na América Latina, Alvaro Anzola.
Hoje, o Brasil gera 30% de sua energia por meio de termelétricas. O objetivo, no longo prazo, é elevar a disponibilidade dessas instalações para momentos de crise, em que os reservatórios das hidrelétricas estejam baixos.
Além disso, o governo quer substituir usinas que geram energia usando óleo diesel --mais caro e poluente-- pelas que utilizem gás natural.
"Gerar 80% da sua energia com água é incrível, porque quase não há custos. Mas não vivemos em um mundo em que tudo é previsível o tempo todo", diz Anzola.
De acordo com Anzola, a empresa tem conversado com executivos do setor e com o governo para demonstrar as vantagens da nova tecnologia. E há razões para o otimismo: na crise energética anterior, em 2001, a GE vendeu dez turbinas a gás para o mercado brasileiro, quase um quarto das 46 em operação pela companhia no país.
A GE HA, nova linha de turbinas da companhia, validada na fábrica de Greenville (Carolina do Sul), deve começar a ser entregue neste ano.
Já há 53 seleções para as turbinas em 11 países, incluindo seis no Brasil. O negócio, com a gaúcha Bolognesi --vencedora de leilão para a construção de duas térmicas no fim de 2014--, ainda não foi fechado, e a GE não divulgou o preço das turbinas.
Segundo Anzola, caso os contratos sejam assinados, elas podem entrar em operação no país no primeiro trimestre de 2018.
Importar gás
O aumento de turbinas a gás no mercado brasileiro enfrenta, no entanto, um entrave. Hoje, o país não tem combustível disponível para operá-las e teria de impor- tar gás até que a Petrobras comece a produzir em quantidades suficientes --o que não deve acontecer pelo menos até 2020.
"É lamentável que a oferta de gás natural ainda seja um problema no Brasil", diz Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil.
Ele afirma, porém, que é indispensável que o país possa contar com um parque termelétrico eficiente para completar a oferta de energia.
Fonte: Giuliana Vallone (Folha de S. Paulo).
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