quarta-feira, 17 de setembro de 2014

FRANCA E O PROBLEMA DA ÁGUA - URGENTE

Diretor da Sabesp pede que população faça economia para evitar falta de água
José Maximiniano da Silva, técnico em saneamento da Sabesp, acompanha obras para contenção de água no Canoas
O alto consumo de água do francano nesta época de calor e seca é apontado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) como o grande complicador no abastecimento da cidade, que nos últimos dias sofreu com a falta d’água. Só na última segunda-feira, pelo menos cinco bairros, a maioria da zona Sul, registraram o problema. Esse número de bairros é o mesmo cujos moradores, especialmente, da zona Norte, passaram pelo problema ontem. Mesmo com a redução do volume dos rios Canoas e Pouso Alegre - que em julho deste ano chegaram a captar juntos 1.606 litros por segundo e hoje somam cerca de 910 -, a Sabesp afirma que a situação não é de racionamento ou revezamento na distribuição da água. A seca nas duas áreas teria ocorrido por motivos diferentes. “Por enquanto, a captação tem atendido a demanda. O que aconteceu nos arredores do Santa Cruz é que o alto consumo secou os reservatórios da região. A falta de água aconteceu durante o tempo em que esses reservatórios demoraram para se reabastecer. Já no Leporace, tivemos ar na rede, mas uma equipe foi enviada para fazer a sangria e normalizar a situação”, explicou ontem o gerente distrital da Sabesp, Rui Engrácia.
 
Mesmo garantindo que a atual captação dos rios Canoas e Pouso Alegre - aliada a de poços perfurados em Restinga - seja capaz de abastecer a cidade, a companhia diz preferir “pecar pelo excesso” a esperar que a situação se torne mais crítica, caso não chova. Uma obra emergencial de captação na junção dos rios Canoas e Pouso Alegre foi posta em andamento e deve ser finalizada em cerca de dois dias, garantindo mais 50 litros por segundo na captação. Vinte dias depois do funcionamento, a vazão será de 100 litros. No entanto, sozinha a medida paliativa não será capaz de evitar possíveis cortes de distribuição de água caso a seca persista. A economia por parte dos francanos é apontada como fator principal para que a água continue chegando normalmente às residências.
 
“O problema é que essa seca histórica tem provocado o aumento no consumo de água. A ONU recomenda a utilização de 110 litros de água diários por pessoa. Em Franca, estamos registrando 170 litros”, afirmou o superintendente da Sabesp, Gilson Santos Mendonça. “Se cada francano reduzir em 10% o seu consumo, ele ainda utilizará a água de modo confortável com 150 litros por dia. Isso representaria uma economia de 6 milhões de litros diários, o que ajudaria não só no abastecimento, mas as questões ligadas ao meio ambiente”, completou. (Veja em quadro da página como contribuir para a economia).
 
Em visita ao local da obra emergencial, onde se unem os rios Canoas e Pouso Alegre, o Comércio constatou um cenário impressionante. Reduzidos a córregos pela falta de chuva, era difícil crer que do primeiro seja possível extrair 800 litros de água por segundo e 110 litros do segundo. Pedras antes escondidas pelas águas despontam totalmente secas. Já a grama crescia verde onde antes fora o fundo do rio. “Está feio esse ano. Triste de ver”, comentou um operário enquanto enchia de terra os sacos que servirão como barragem em obra da Sabesp.
 
Engracia diz confiar na população enquanto a chuva não vem. Para evitar que as torneiras sequem, é fundamental o papel do francano. Apostando na boa fé das crianças, a Sabesp tem intensificado o trabalho de conscientização nas escolas. Só na última semana, 79 unidades municipais receberam a visita da companhia, que tem distribuído panfletos e oferecendo breves palestras sobre a importância da economia. “Temos contado com a boa vontade dos professores, que também têm trabalhado essas questões nas salas de aula”, pontuou Rui Engracia.
 
 

Nenhum comentário :

Postar um comentário