segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Balões caçam partículas no ar para estudar formação de chuva (Balloons hunt particles in the air to study formation of rain)

Balões caçam partículas no ar para estudar formação de chuva
Pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos investigam aerossóis e regiões com e sem poluição na Amazônia para entender sua influência na formação de nuvens. 
[Brazil and United States researchers are investigating aerosols into regions with and without pollution in the Amazon to understand their influence on cloud formation].
Image: Marcelo Chamecki.

Pesquisadores brasileiros e norte-americanos estão utilizando torres e balões para medir a distribuição vertical dos aerossóis e de núcleos de condensação de nuvens na Camada Limite Atmosférica (CLA) da Amazônia.

Aerossóis são materiais particulados presentes na atmosfera, que podem vir de fontes primárias - sejam elas naturais, como poeiras de desertos ou erupções vulcânicas, ou antropogênicas, derivadas de queimadas ou combustão fóssil - ou de fontes secundárias, resultantes de mecanismos de condensação de produtos gasosos, como aerossóis de sulfato, de nitrato ou orgânicos.

O projeto vem sendo conduzido em duas regiões na Amazônia Central: uma com ar e paisagem de floresta primitiva e outra próxima à cidade de Manaus, que é influenciada pela poluição.

Um dos objetivos do projeto é entender melhor como a cobertura florestal pode influenciar a formação de nuvens, especialmente como o ar da camada limite é injetado na camada de nuvens, e como esses processos são alterados sob a influência da poluição de uma cidade como Manaus.

"Além das torres de fluxo, utilizamos balões presos em cordas, o que representa um aspecto muito interessante do projeto, uma vez que isso permite fazer uma ponte para cobrir a lacuna entre as medidas da superfície, feitas nas torres, com as obtidas pelos balões", disse Celso von Randow, do INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais).

"Estamos investigando o perfil completo dos aerossóis pela CLA [Camada Limite Atmosférica] e trabalhamos com modelagem computacional para analisar o transporte turbulento desses elementos pelas camadas de nuvens", completou.

Turbulência

Os pesquisadores já realizaram medições com balão em uma área ocupada por floresta primitiva. O balão pode atingir 1.800 metros de altitude. Em breve, será adquirido um segundo balão, para medições em outro sítio.

Estão também sendo usados outros instrumentos, como anemômetros sonoros, para medir a turbulência, além da combinação dos dados com medições obtidas por outros projetos, de modo a conseguir resultados mais completos.

"Muito desse esforço é feito para entender a estrutura da turbulência na floresta, isto é, como a floresta realmente influencia o fluxo de ar por entre as copas das árvores e acima delas. Como queremos compreender melhor a química atmosférica e a formação de aerossóis, temos feito muitas medições. Instalamos sensores para ozônio, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos. Temos também medido aerossóis e como essas partículas se tornam os núcleos de condensação das nuvens", disse Randow.

"Com o balão, avaliamos ainda as condições termodinâmicas na Camada Limite Atmosférica. Os resultados de todas essas medições são combinados com simulações computacionais em alta resolução, o que permite estudar o ciclo completo dos gases e partículas na CLA, desde a emissão até o transporte para a camada de nuvens", disse.

Fonte: Inovação Tecnológica.

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