terça-feira, 29 de julho de 2014

Indústria conectada (Industry connected)!



Trabalhadores organizam pedaços de tecido em máquinas têxteis de bordar, no interior de uma fábrica de roupas do Grupo Esquel,  na província de Binh Duong, Vietnam. Essa província atraiu investimentos diretos de estrangeiros da ordem de US$ 896 milhões nos cinco primeiros meses deste ano!
(Workers arrange pieces of fabric under embroidery machines inside the Esquel Group garment factory at the Vietnam-Singapore Industrial Park in Thuan An, Binh Duong province, Vietnam. The southern province of Binh Duong attracted $896 million in foreign direct investment in first five months of this year). Fonte/Image: IDEAS LAB.


Não são somente os robôs que mudam a indústria. Recentemente, a GE divulgou a quarta edição de seu estudo anual Barômetro Global da Inovação. Um dos destaques da pesquisa, que 3.209 executivos em 26 países (incluindo o Brasil), foi a percepção dos entrevistados sobre se estamos ou não vivendo uma nova revolução industrial.

As opiniões ficaram divididas. Foi pedido que os entrevistados avaliassem a seguinte afirmação: “Vivemos atualmente uma nova revolução industrial no encontro entre o hardware e o software, uma mudança histórica na era da fabricação avançada e da internet industrial”.

Para 52%, a frase é verdadeira, enquanto que, para 42%, existe um exagero nela, pois estaríamos vivendo uma evolução técnica contínua, e não uma revolução. Para os 6% restantes, a afirmação é falsa, pois a nova revolução industrial não passaria de um mito.

Uma das faces dessa revolução seria a “internet industrial”, expressão cunhada pela própria GE. O conceito seria a versão para máquinas pesadas do fenômeno que vem sendo chamado de “internet das coisas”, em que todo tipo de equipamento e produto passa a ser conectado à internet, e não somente computadores e telefones.

A incorporação de sensores e aplicação de técnicas de análise de dados a equipamentos como motores e turbinas prometem aumentar a eficiência, reduzir custos e evitar falhas. “Já atendemos novos clientes no Brasil com esse conceito”, afirmou Adriana Machado, vice-presidente de Assuntos Governamentais e Políticas Públicas da GE para a América Latina.

Apesar disso, o conhecimento a respeito desse assunto ainda não é grande. Do total dos entrevistados, 44% disseram nunca ter ouvido falar de “internet industrial”, enquanto 25% disseram ter uma estratégia ou processo parcial ou totalmente preparado para isso.

Mesmo a chamada internet das coisas ainda é novidade em qualquer lugar do mundo. Conversei com Alessandro Cunha, diretor de tecnologia da TechTraining sobre casos interessantes que estão sendo desenvolvidos fora do Brasil.

Um exemplo é a empresa Streetline, que desenvolveu parquímetros inteligentes, com sensores, integrados a aplicativos de celular. O motorista pode consultar onde existe uma vaga disponível no lugar em que está indo, reservar a vaga pelo smartphone e pagar para estacionar nela. O carro não precisa ter nenhum sensor, pois a checagem do tempo em que o automóvel fica na vaga é feita pelo sistema de localização do próprio celular.

Por aqui, ainda existem poucos exemplos práticos nessa área. O evento ESC Brazil, que acontece nos dias 26 e 27 de agosto em São Paulo, vai discutir, entre outros temas, os motivos disso. Para Cunha, a falta de fabricantes de chips no País é um dos fatores que dificultam o desenvolvimento de soluções brasileiras.

Obstáculos

Os cinco principais obstáculos à inovação no Brasil são, de acordo com os executivos ouvidos no estudo da GE, o peso da regulação do governo, a disponibilidade de cientistas e engenheiros, o porcentual de impostos em relação aos lucros, a qualidade da educação em matemática e ciência e a qualidade da infraestrutura em geral.

Fonte: Renato Cruz (Estadão).

Nenhum comentário :

Postar um comentário