terça-feira, 24 de junho de 2014

Brasileiros usam veneno de cascavel para criar cola biológica (Brazilian researchers studied a new fibrin sealant derived from snake venom)

Brasileiros criam cola biológica usando veneno de cascavel


A cola foi desenvolvida a partir da mistura de uma enzima extraída do veneno da cascavel com fibrinogênio de sangue de grandes animais. [Imagem: Cevap/Unesp]




Pesquisadores da UNESP (Universidade Estadual Paulista), em Botucatu (SP), desenvolveram uma cola biológica a partir do veneno da cobra cascavel (Crotalus durissus terrificus).
Por ser um produto biológico, a cola - que os pesquisadores chamam de selante de fibrina - terá uso primordial em medicina e estudos avançados de terapia celular, sobretudo envolvendo células-tronco.
A cola foi desenvolvida a partir da mistura de uma enzima extraída do veneno da cascavel com fibrinogênio de sangue de grandes animais.
Fibrinogênio é uma proteína envolvida na coagulação do sangue, funcionando como matéria-prima a partir da qual o organismo produz a fibrina necessária para estancar a perda sanguínea em um ferimento.
A equipe demonstrou que o selante de fibrina possui uma estrutura tridimensional capaz de segurar e manter células-tronco no local onde devem se desenvolver.
O material não causou rejeição, mostrando-se uma alternativa eficaz e de baixo custo para a engenharia de tecidos e engenharia celular.
Patente e desenvolvimento
A UNESP depositou um pedido de patente para garantir os direitos de criação intelectual sobre o desenvolvimento do produto biológico.
O INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) deverá avaliar a pertinência de realizar uma extensão internacional do pedido de patente, visto que o depósito garante a proteção somente em território brasileiro.
O esforço agora será encontrar parceiros da iniciativa privada que se interessem em produzir e comercializar o selante de fibrina.
Para isso, deverão ser feitos investimentos em desenvolvimento - o escalonamento e a criação de um produto comercial a partir dos passos desenvolvidos em laboratório.
O mais recente artigo científico sobre o selante de fibrina mereceu destaque na capa da plataforma científica BioMed Central, que reúne resultados publicados em mais de 250 revistas científicas.
---

Resume:

The optimization of an organic scaffold for specific types of applications and cells is vital to successful tissue engineering. In this study, we investigated the effects of a new fibrin sealant derived from snake venom as a scaffold for mesenchymal stem cells, to demonstrate the ability of cells to affect and detect the biological microenvironment.

Methods

The characterization of CD34, CD44 and CD90 expression on mesenchymal stem cells was performed by flow cytometry. In vitro growth and cell viability were evaluated by light and electron microscopy. Differentiation into osteogenic, adipogenic and chondrogenic lineages was induced.

Results

The fibrin sealant did not affect cell adhesion, proliferation or differentiation and allowed the adherence and growth of mesenchymal stem cells on its surface. Hoechst 33342 and propidium iodide staining demonstrated the viability of mesenchymal stem cells in contact with the fibrin sealant and the ability of the biomaterial to maintain cell survival.

Conclusions

The new fibrin sealant is a three-dimensional scaffolding candidate that is capable of maintaining cell survival without interfering with differentiation, and might also be useful in drug delivery. Fibrin sealant has a low production cost, does not transmit infectious diseases from human blood and has properties of a suitable scaffold for stem cells because it permits the preparation of differentiated scaffolds that are suitable for every need.
---
Bibliografia/References:

A new fibrin sealant as a three-dimensional scaffold candidate for mesenchymal stem cells
Vinícius P. Gasparotto, Fernanda C. Landim-Alvarenga, Alexandre L. Oliveira, Gustavo Ferreira Simões, João F. Lima-Neto, Benedito Barraviera, Rui S. Ferreira
Stem Cell Research & Therapy Vol.: 5:78
DOI: 10.1186/scrt467

Fonte: Inovação Tecnológica (24/06/14).

Nenhum comentário :

Postar um comentário