quinta-feira, 10 de abril de 2014

A Inovação para a Sustentabilidade I

Contexto empresarial e fatores-chave

Por Dra. Aileen Ionescu-Somers e Professor Francisco Szekely
Os negócios adentraram um novo mundo – desafiador e cheio de oportunidade para a inovação estratégica; onde a sustentabilidade será um fator-chave destas oportunidades futuras.
Vejamos algumas das tendências que indicam o surgimento deste admirável mundo novo. Há um abismo cada vez maior entre a economia de reposição de peças das nações industrializadas e a economia que está comprando pela primeira vez (o que impulsiona o consumo) em países pobrese emergentes. Há também uma crescente tensão entre economias de material e não material: preços de produção, demanda e commodities estão aumentando, enquanto os custos de bens imateriais, tal como conteúdo multimídia compartilhado, estão caindo.
E há novos mercados surgindo para servir os “menos pobres”, que ganham entre US$ 2 e US$ 10 por dia. Outras tendências importantes incluem as crescentes economias “Sul-Sul”, onde essas emergentes comercializam entre si e com países menos desenvolvidos. Suas inúmeras empresas e marcas também se espalham pelo mundo. Além disso, também estamos vendo o desaparecimento gradual de fronteiras empresariais tradicionais – por exemplo, quando simples donos de casa produzem eletricidade e passam a vendê-la à rede elétrica.
Empresas que desejam lidar com a complexidade dessas mudanças terão que se afastar de abordagens tradicionais. O novo quadro, que já é dominante em algumas das maiores organizações do mundo, é baseado na inovação estratégica para a sustentabilidade orientada para a solução. Isso pode soar exagerado, mas significa, basicamente, encontrar novas maneiras de melhorar o desempenho através da inovação nas três dimensões: ambiental, social e econômica.
A inovação para a sustentabilidade é mais dinâmica do que a inovação em si, pois exige bastante flexibilidade das pessoas para dar conta dos inúmeros fatores chave em jogo. Por exemplo, precisam pensar em longo prazo: basta lembrar a história dos CFCs – considerados uma solução tecnológica altamente inovadora quando introduzida na década de 1920, cientistas descobriram, décadas depois, que prejudicam a camada de ozônio. O problema foi resolvido ao substituí-los por HFCs – que, agora sabemos, são gases de efeito estufa que também têm efeito poderoso sobre o clima terrestre. A empresa do amanhã terá de pensar muito à frente quando tratar de assuntos no curto prazo, e, cada vez mais, soluções futuras terão de sustentar os três pilares do desenvolvimento sustentável: ambiental, social e econômico.

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