quinta-feira, 10 de abril de 2014

A Universidade do Século 21

Por Maria José Soares Mendes Giannini*

A universidade é uma instituição de ensino, de formação de profissionais de nível superior, de pesquisa como produtora de novos conhecimentos, de extensão e de cultivo do saber, tendo um papel fundamental no equilíbrio e no desenvolvimento social. Os indicadores de excelência de uma Universidade baseiam-se fundamentalmente no impacto e relevância da pesquisa produzida, na qualidade de ensino, na titulação do corpo docente, na formação de recursos humanos competitivos para enfrentar os desafios com foco nos grandes problemas nacionais, inovação e transferência de conhecimento com abordagens multi, inter e transdisciplinares de forma a responder aos anseios da sociedade e promover o desenvolvimento com sustentabilidade.
Para responder a estes desafios, a Universidade no mundo contemporâneo precisa de forte engajamento internacional, alta mobilidade de recursos, formação de recursos humanos qualificados, novas ideias, desenvolvimento e transferência de tecnologias, inovação, infraestrutura de pesquisa, planejamento de desenvolvimento institucional sólido e articulado.
Aproveitando as palavras de Paulo Freire: "A Universidade tem de girar em torno de duas preocupações fundamentais, de que se derivam outras e que têm relação com o ciclo do conhecimento. Este, por sua vez, tem apenas dois momentos que se relacionam permanentemente: um é o momento em que conhecemos o conhecimento existente, produzido; o outro, em que produzimos o novo conhecimento. Ainda que se insista na impossibilidade de separarmos mecanicamente um momento do outro, ainda que se enfatize que são momentos do mesmo ciclo, me parece importante salientar que o momento em que conhecemos o conhecimento existente é preponderantemente o da docência, o de ensinar e aprender conteúdos e o outro, o da produção do novo conhecimento, é preponderantemente o da pesquisa. Na verdade, porém, toda docência implica pesquisa e toda pesquisa implica docência. Não há docência verdadeira em cujo processo não se encontre a pesquisa como pergunta, como indagação, como curiosidade, criatividade, assim como não há pesquisa em cujo andamento necessariamente não se aprenda porque se conhece e não se ensina porque se aprende”.
O desafio de quem educa é instigar o pensamento crítico, com base em métodos, dando ao estudante autonomia de pensamento, ensinando-o a aprender de uma maneira mais correta, mostrando-lhe a necessidade da pesquisa, do saber metodológico, despertando sua curiosidade e aguçando o pensamento crítico.
* Maria José Soares Mendes Giannini é pró-reitora de Pesquisa da Unesp. 

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