quinta-feira, 24 de abril de 2014

OCDE alerta para necessidade do Brasil investir mais em inovação

Apesar de ver vantagens competitivas no Brasil, um dos mais respeitados especialistas mundiais em inovação, Andrew Wykoff, diretor de Inovação e Tecnologia da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), alertou nesta quarta-feira, 3 de agosto, que se o país não aumentar rapidamente o percentual de investimento em inovação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), vai perder terreno na corrida mundial pela comercialização de bens e serviços.
Em debate no 4º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em São Paulo, Wykoff disse que o Brasil ainda investe pouco em inovação, em torno de 1% do PIB. “ Tem de apostar em inovação em termos internacionais, para competir globalmente”, completou.
Um dos caminhos apontados pelo diretor da OCDE para o Brasil está no investimento em inovação não tecnológica. “As pessoas têm o conceito de que inovação só se faz em tecnologia, mas não é. Existe inovação em processos, na organização do trabalho, em design”, explicou. Citou os casos do tocador portátil de mídia iPod, da Apple, que conquistou o mundo pelo design, e a máquina de café expresso da Nestlé e seus sachês, o Nespresso, como dois dos casos mais significativos de inovação em design e novas formas de vender o mesmo produto.
O vice-presidente de Tecnologia Corporativa da Siemens, Heinrich Stuckenschneider, outro debatedor do 4º Congresso de Inovcação, chamou a atenção para a necessidade de focar corretamente os investimentos em inovação, em pesquisa e desenvolvimento. “Temos de tomar cuidado para não queimarmos dinheiro em projetos que não terão uso”, recomendou. Por isso, disse ele, a Siemens só busca inovar em projetos que promovam a sustentabilidade. “É uma estratégia que o Brasil pode adotar”, resumiu.
O norte-americano Anthony Townsend defendeu a inovação para criar cidades inteligentes. “O Brasil tem uma população urbana das maiores do mundo, mais de 90%. A Índia e a China só terão o índice de urbanização do Brasil daqui a 50 anos. Então as potencialidades aqui são enormes. Vocês, brasileiros, têm de se aproveitar disso”, incentivou.
Richard Miller, diretor para sustentabilidade do Technology Strategy Board, a Agência de Inovação do Reino Unido, concordou com Stuckenschneider sobre a alocação de recursos. “Investimos cerca de 1 bilhão de libras por ano em inovação, que ainda é pouco em comparação com o que o setor privado investe. Então, temos de escolher muito bem onde vamos colocar o dinheiro público”, declarou.
Segundo Miller, o que a agência britânica procura fazer é usar sua influência para incentivar o governo britânico, que gasta cerca de 150 bilhões de libras por ano na compra de insumos e materiais, opte preferencialmente por produtos inovadores. “É uma prática simples, que todos os países podem adotar”, concluiu.

Fonte:http://www.inovacaonaindustria.com.br/portal/noticias/ocde-alerta-para-necessidade-do-brasil-investir-mais-em-inovacao/

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